terça-feira, 18 de agosto de 2009

Agenda de Dilma não inclui todos os compromissos

Apesar dos apelos do presidente Lula para que a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira apresente os registros do encontro com Dilma Rousseff (Casa Civil), a própria agenda oficial da ministra não traz todos os seus compromissos.

A Folha levantou situações que não estão registradas na agenda oficial de Dilma disponível no site da Casa Civil.

Ao rebater as declarações da ex-secretária, Dilma já afirmara, por meio da assessoria, que a sua agenda é a que está na internet e que não mantém uma paralela. Sobre as diferenças levantadas pela Folha, a assessoria não respondeu.

Entre 2007 e 2008, por exemplo, ela teve quatro reuniões com o ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh. Na época, o petista trabalhava para o banqueiro Daniel Dantas, condenado em primeira instância por corrupção e acusado de crimes financeiros investigados na Operação Satiagraha. As reuniões foram confirmadas à Folha pela assessoria da ministra em julho de 2008, embora não haja na agenda oficial registro de que tenham ocorrido.

Na agenda da ministra de 14 de maio de 2009 consta "despacho interno". O hospital Sírio-Libanês, em nota, informou que naquele dia a ministra fez sessão de quimioterapia. Depois disso, a agenda da ministra passou a trazer a informação "sem compromisso oficial" nos dias em que ela faz tratamento contra câncer um linfático.

Em junho de 2008, vieram a público os casos do advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Lula, e da ex-diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) Denise Abreu. Denise acusou a ministra Dilma de tê-la pressionado em 2006 para facilitar a venda da Varig para a VarigLog e disse que Teixeira praticou tráfico de influência. Em 2006, Teixeira advogava para o fundo americano Matlin Patterson, um dos compradores da VarigLog.

Denise afirmou também que teve inúmeros encontros com Dilma na Casa Civil.

Na época, Dilma negou encontros "exclusivos" com Denise e, num primeiro momento, que tivesse recebido Teixeira. Em relação a Denise, ela manteve sua posição, mas recuou no caso de Teixeira, reconhecendo mais tarde que teve dois encontros com o advogado omitidos de sua agenda. (Da Folha OnLine)

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