quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Surgimento de novos atos é manobra pró-Sarney, diz Virgílio

Marina Mello, Portal Terra

BRASÍLIA - O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), afirmou nesta quarta-feira que o surgimento dos novos 468 atos secretos - editados durante a gestão do então senador Antonio Carlos Magalhães - aponta uma manobra da chamada "tropa de choque" de Sarney para mostrar que esse tipo de irregularidade não ocorria apenas quando atual presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), presidiu a Casa no passado.

À frente do Senado desde o começo do ano e também do início de uma das maiores crises éticas já enfrentadas pela Casa, Sarney também ocupou o cargo por três vezes nos últimos 14 anos, período em que Agaciel Maia, apontado como pivô da crise, foi diretor-geral.

Já haviam sido descobertos cerca de 500 atos secretos relativos aos últimos anos, mas as investigações sobre o caso estavam perto do fim. Ontem, no entanto, surgiram mais 468 atos, o que reascendeu a crise. Para Virgílio, a divulgação das novas decisões não publicadas aponta para uma tentativa de tirar o foco de Sarney:

- Acho estranho esses atos aparecerem agora. No mínimo, é uma manobra diversionista, joga a coisa para o ACM para mostrar que não era só com o Sarney que isso acontecia. Aí fica aquela coisa: 'tá vendo, não era só na gestão de Sarney que acontecia isso' - disse.

Segundo ele, pessoas ligadas ao ex-diretor Agaciel e revoltadas com as mudanças a que a Casa vem sendo submetida desde o início da crise devem estar por trás dos novos atos.

- Tem dedo dele (Agaciel) e dos filhotes dele porque, depois de 15 anos no poder, isso gera filhotes e uma máquina espúria que ele criou no Senado - disse.

Até o senador Wellington Salgado (PMDB-RJ), que compõe a base de apoio a Sarney, disse que os novos atos estarem ligados a um senador que já morreu é algo no mínimo suspeito. "Acusar ACM de atos secretos, como vamos saber?", questionou.

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