quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Sarney participava de dia a dia da fundação, mostra grampo

da Folha Online
Telefonemas e e-mails interceptados pela Polícia Federal apontam que, ao contrário do que afirmou em discurso em plenário no início de agosto, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), participava de decisões administrativas da fundação que leva seu nome em São Luís (MA), informa reportagem de Andrea Michael, Hudson Corrêa e Andreza Matais, publicada nesta quinta-feira pela Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).

Segundo a reportagem, nas mensagens, Sarney orienta uma neta a captar a doação de um empresário, diz que a contribuição seria usada para pagar as contas da fundação com a Previdência, é informado com antecedência de mudanças no conselho curador da entidade e menciona tratativas com o órgão federal que cuida de prédios históricos, como o convento que abriga a sede da fundação.

A Fundação Sarney é suspeita de ter desviado dinheiro do governo do Maranhão (R$ 960 mil em 2004) e verbas de patrocínio da Petrobras (R$ 1,34 milhão de 2005 a 2008). Parte da verba, destinada à recuperação do acervo de livros e peças de museu, foi repassada a empresas que não explicam quais serviços prestaram ou que são ligadas à família Sarney.

Outro lado

Sarney voltou a afirmar, por meio de sua assessoria, que não participa da administração da fundação que leva o seu nome em São Luís. Ele disse que suas ações representam "apenas apreço" à entidade.

"Ajudar na captação de recursos e dar opiniões sobre temas de importância da fundação, que ele criou e recebeu todo seu acervo pessoal de documentos, objetos de arte e 50 mil livros, demonstram apenas o apreço do presidente José Sarney pela instituição", disse a assessoria.



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